sábado, 9 de agosto de 2025

As sombras da caverna

 Aqueles que se tornam sombras 
No seio das tardes de verão 
Parecem carregar segredos 
Que o sol não ousa revelar. 
 
Caminham devagar, 
Como se cada passo fosse uma despedida, 
E seus rostos guardam 
A penumbra de memórias que ardem sem chama. 
 
São silhuetas que se dissolvem no calor, 
Feitas de silêncio e poeira, 
Entre o sussurro das árvores cansadas 
E o suspiro invisível das cigarras. 
 
O mundo os vê passar, mas não os toca, 
Eles já habitam um lugar onde o tempo é mais lento, 
Onde o céu parece olhar para dentro de si mesmo 
E encontrar um eco de eternidade. 
 
E quando se vão, 
A tarde se enche de um vazio dourado, 
Como se a luz, sem eles, 
Perdesse um pouco da sua própria história. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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