quinta-feira, 7 de agosto de 2025

O desejo que consome

Quando me pergunto 
Por que esse desejo me consome? 
Só tenho essa resposta: 
É porque, quando te vejo, 
O mundo perde o compasso 
E o meu corpo aprende uma nova língua, 
Feita só de silêncio e vertigem. 
 
É porque o teu olhar não olha — ele invade, 
Rasga o instante 
E planta um incêndio na minha calma. 
 
É porque o teu nome, mesmo não dito, 
Lateja dentro de mim 
Como se fosse um feitiço antigo, 
Chamando para um lugar onde nunca estive, 
Mas que reconheço como casa. 
 
É porque o desejo não é fome simples, 
É tempestade que não pede licença, 
É maré que sobe mesmo sem lua, 
É sombra e luz dançando na mesma pele. 
 
E talvez seja porque, no fundo, 
Quando te vejo, 
Não é apenas você que encontro. 
Encontro o que falta em mim. 
E isso… me consome. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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