quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Sempre perdido

 Olhar em teus olhos 
É como seguir um mapa que muda sozinho, 
As ruas se dobram, os rios secam, 
E o norte escapa como fumaça. 
 
Eles têm a cor da promessa, 
Mas o peso da dúvida. 
Brilham como quem diz “vem”, 
Mas piscam como quem diz “foge”. 
 
É um mar que chama, 
Mas que afoga na primeira onda. 
É farol aceso, 
Apontando para um porto que não existe. 
 
Eles prometem caminhos, 
Mas escondem o abismo sob a sombra. 
São espelhos quebrados: 
Mostram beleza, mas cortam a mão de quem toca. 
 
E eu, 
Sempre perdido entre acreditar e partir, 
Continuo voltando, 
Mesmo sabendo que eles mentem. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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