segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Não posso negar

É uma angústia que queima por dentro, 
Como ferro em brasa encostado à alma. 
Não posso negar esse amor, 
Ele me possui, me atravessa, me governa. 
Mesmo quando tento trancá-lo no fundo, 
Ele encontra frestas, 
Sussurra nas madrugadas, 
Me desperta com lembranças que não pedi. 
 
Negar seria um ato de covardia, 
Mas aceitar é mergulhar em um abismo 
Que não sei se tem retorno. 
O amor que sinto não é flor, 
É espinho, é veneno, 
E mesmo assim eu bebo, 
Porque no fundo prefiro me ferir 
A viver vazio. 
 
Negar seria matar uma parte de mim, 
E, ainda assim, 
Aceitá-lo é carregar uma vertigem constante. 
O coração não pergunta se pode, 
Ele apenas insiste, 
Batendo com a força de um segredo 
Que implora para ser revelado. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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