É uma angústia que queima por dentro,
Como ferro em brasa encostado à alma.
Não posso negar esse amor,
Ele me possui, me atravessa, me governa.
Mesmo quando tento trancá-lo no fundo,
Ele encontra frestas,
Sussurra nas madrugadas,
Me desperta com lembranças que não pedi.
Negar seria um ato de covardia,
Mas aceitar é mergulhar em um abismo
Que não sei se tem retorno.
O amor que sinto não é flor,
É espinho, é veneno,
E mesmo assim eu bebo,
Porque no fundo prefiro me ferir
A viver vazio.
Negar seria matar uma parte de mim,
E, ainda assim,
Aceitá-lo é carregar uma vertigem constante.
O coração não pergunta se pode,
Ele apenas insiste,
Batendo com a força de um segredo
Que implora para ser revelado.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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