Feito de gestos que tremem antes de nascer,
De palavras que se escondem atrás da língua
Porque não sabem se serão entendidas.
Eu carrego esse idioma nos olhos.
É nele que digo sem dizer,
É nele que grito sem som,
É nele que você talvez escute
O que eu ainda não aprendi a pronunciar.
Talvez um dia eu descubra a frase exata,
A medida certa entre coragem e medo.
Mas até lá, deixo que minhas pausas
Falem por mim,
E que você leia nelas
O que eu não sei escrever.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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