segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Condenação

 Não tive escolha. 
Amar você foi como afundar num rio escuro, 
Onde cada tentativa de fuga 
Só me arrastava mais para o fundo. 
 
Não foi um encontro, 
Foi um acidente, 
Uma colisão de mundos 
Que nunca deveriam ter se tocado. 
 
Você veio como febre, 
Como veneno lento, 
Como um sussurro que atravessa a madrugada 
E não me deixa dormir. 
 
Tentei negar, 
Escondi seu nome embaixo da língua, 
Mas até o silêncio me traía. 
Tudo em mim apontava para você: 
Os olhos, os passos, a dor. 
 
Amar você é uma sentença. 
Uma maldição que visto como segunda pele, 
Um labirinto sem saída, 
Onde cada porta leva de volta ao mesmo abismo: 
O de te querer... 
Contra a minha vontade, 
Contra o mundo, 
Contra mim. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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