Um chamado da pele à tua pele,
Da boca à tua boca,
Da sede à tua fonte.
Deliciar-me em teus carinhos
É naufragar sem medo,
É ceder ao abismo de teus lábios,
É perder-me no labirinto úmido
Que tua pele me oferece.
Teus toques são lâminas quentes
Rasgando o véu da razão,
E em cada gesto teu
Minha carne se acende,
Minha alma se curva.
Não peço ternura,
Exijo intensidade:
Quero que teus carinhos
Me devorem,
Me sufoquem,
Me façam renascer
Num corpo que só existe
Quando é tocado pelo teu.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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