segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O amor vem do nada

 Os lábios são a porta principal da alma, 
Guardiões silenciosos do que em nós se exalta. 
Eles sussurram segredos, cantam histórias, 
E traduzem em beijos, amores e memórias. 
 
Os olhos, ah, são a janela que revela, 
Os mistérios mais profundos, a chama que centelha. 
Eles contam o indizível, sem pronunciar palavra, 
Falam de paixão e luta, de uma dor que se agrava. 
 
Sobre todas as camas do meu pensamento, 
Sonhos se desenrolam, sem resguardo ou lamento. 
Viajo sem sair do chão, ao sabor do vento, 
Descobrindo universos, na vastidão do momento. 
 
Em todos os lugares do mundo que piso, 
Busco traços de nós, em cada sorriso. 
Pelo Norte, Sul, a Oeste e ao Leste, 
O amor é a bússola, o norte que me assiste. 
 
E embora pareça que surge do vazio, a espreitar, 
O amor vem do nada, através do olhar. 
Um olhar que convida, que entrelaça e inspira, 
Acendendo no peito, a mais pura das piras. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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