O coração guarda seus segredos,
Como sementes soterradas
À espera da estação certa.
Desejos ardem em silêncio,
São brasas escondidas sob cinzas,
Rios subterrâneos
Que correm sem nome,
Tocando raízes que ninguém vê.
Às vezes surgem como sombras,
Atravessando os sonhos,
Ou como aves que batem asas
Dentro do peito fechado.
São caminhos não trilhados,
Portas sem chave,
Chamas que não ousam tocar o ar,
Mas queimam por dentro.
E ainda assim, mesmo ocultos,
Esses desejos guiam os passos,
Como estrelas invisíveis
No céu encoberto de nuvens,
Lembrando-nos que o que cala
Também fala.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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