sábado, 13 de setembro de 2025

Até o limite do silêncio

 Estar só 
Até o limite do silêncio 
É como atravessar uma noite sem estrelas 
E, de repente, 
Descobrir que os olhos brilham por dentro. 
 
Na ausência de vozes, 
Surge a tua própria. 
Na falta de abraços, 
O corpo se recolhe e se reconhece. 
Na solidão mais funda, 
O espelho não é vidro, mas carne: 
És tu diante de ti mesmo. 
 
É um deserto onde se pensa perdido, 
Mas que guarda um oásis escondido na alma. 
É a queda sem rede que revela asas. 
É o instante em que a solidão 
Deixa de ser ausência e torna-se revelação: 
Só quando se está sozinho até a raiz 
É possível encontrar quem realmente se é. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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