segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Luta cotidiana

A luta cotidiana é feita de silêncios pesados, 
De mãos que trabalham antes do sol nascer 
E de olhos que se cansam antes do dia terminar. 
 
É o caminhar contra o vento, 
Com o coração pedindo descanso 
E a esperança teimando em não morrer. 
 
Quem sobrevive com poucas oportunidades 
Aprende a enxergar beleza nas frestas: 
Um café coado devagar, 
Um riso roubado entre a pressa, 
A sombra de uma árvore que acolhe. 
 
O chão pode ser áspero, 
Mas há quem plante nele sonhos, 
Mesmo sabendo que a colheita será pequena. 
 
Na dureza, mora também a dignidade: 
Não de vencer o mundo, 
Mas de não se deixar esmagar por ele. 
 
E, entre os dias iguais, 
Brotam versos invisíveis, 
Escritos no suor, no silêncio e na coragem 
De continuar mesmo sem certezas. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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