A luta cotidiana é feita de silêncios pesados,
De mãos que trabalham antes do sol nascer
E de olhos que se cansam antes do dia terminar.
É o caminhar contra o vento,
Com o coração pedindo descanso
E a esperança teimando em não morrer.
Quem sobrevive com poucas oportunidades
Aprende a enxergar beleza nas frestas:
Um café coado devagar,
Um riso roubado entre a pressa,
A sombra de uma árvore que acolhe.
O chão pode ser áspero,
Mas há quem plante nele sonhos,
Mesmo sabendo que a colheita será pequena.
Na dureza, mora também a dignidade:
Não de vencer o mundo,
Mas de não se deixar esmagar por ele.
E, entre os dias iguais,
Brotam versos invisíveis,
Escritos no suor, no silêncio e na coragem
De continuar mesmo sem certezas.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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