domingo, 21 de setembro de 2025

Um pássaro preso no peito

 Amar em segredo é um ato silencioso de eternidade. 
É dar grãos invisíveis a um pássaro preso no peito, 
Sabendo que suas asas jamais rasgarão o céu, 
Mas seu canto — ah, esse canto, 
Atravessa as grades do silêncio 
E reverbera em cada sombra da alma. 
 
É uma chama escondida dentro de uma concha, 
Um jardim sem visitantes, 
Uma música tocada para ninguém, 
Mas que insiste em existir, 
Como se o próprio universo se curvasse 
Para ouvir a confissão que nunca será dita. 
 
Amar em segredo é perpetuar o impossível, 
Um voo negado, mas um eco infinito. 
E talvez seja nesse eco 
Que o coração encontra 
Sua forma mais pura de eternidade. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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