Somos feitos de histórias
Não de carne apenas,
Mas de narrativas que nos atravessam
Como rios invisíveis.
Cada ruga é um parágrafo,
Cada cicatriz é uma vírgula mal colocada
Que insiste em permanecer.
O riso abre capítulos luminosos,
Enquanto o silêncio escreve
Páginas que poucos ousam ler.
Dentro de nós,
Habitam personagens que já fomos,
Vozes que já calamos,
E sonhos que nunca se concluíram.
Somos biblioteca ambulante,
Livros inacabados,
Poemas rasurados pelo tempo.
A vida nos escreve
Em tinta de lembrança
E papel de esquecimento.
E, no fim,
Não somos o que possuímos,
Mas o que contamos,
E o que permanece contado sobre nós.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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