O sonho que não se cumpriu
É uma arquitetura de ausência.
Ergue-se como uma casa no meio do nada,
Paredes invisíveis
Sustentando o peso do que nunca foi,
Janelas escancaradas
Para um vento que não traz ninguém.
É abrigo sem morador,
É mesa posta sem convivas,
É eco de vozes que jamais chegaram a existir.
No entanto, essa casa permanece.
Seus alicerces são feitos de desejo,
E o vazio que a atravessa
É também um testemunho
Daquilo que ousamos imaginar.
Porque até o sonho não realizado
Carrega em si a beleza de ter sido sonhado:
Uma morada do impossível,
Um lar que só existe
Dentro da memória do futuro.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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