sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Libertação

Li sua resposta. 
Cada palavra sua foi um golpe seco, 
Mas… 
Curiosamente, não doeu como eu esperava. 
 
Talvez porque, no fundo, 
Eu já soubesse. 
Sempre soube. 
Você nunca esteve realmente aqui. 
 
Fui eu quem construiu tudo. 
Fui eu quem alimentou a febre, 
Quem vestiu a dor como se fosse medalha, 
Quem confundiu migalhas com afeto. 
Você me ofereceu o vazio 
E eu aceitei como se fosse banquete. 
 
Mas agora… 
Sinto uma coisa nova. 
Uma coisa que eu nunca tinha sentido 
Desde que isso começou: 
Alívio. 
 
É estranho. 
Ainda dói um pouco, sim. 
Mas é uma dor diferente. 
Uma dor que tem gosto de fim. 
 
Hoje, pela primeira vez em muito tempo, 
Levantei da cama sem olhar o telefone. 
Respirei sem seu nome grudado nas minhas costelas. 
Dei um passo para longe da sua sombra. 
 
E sabe de uma coisa? 
Vou continuar andando. 
Não porque eu deixei de te amar de repente. 
Mas porque, enfim, 
Eu escolho me amar mais. 
 
Adeus. 
Desta vez… 
De verdade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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