Por que falaria?
Porque falar mal dos inúteis
É quase um exercício de poesia amarga:
Eles se erguem em pedestais de papel,
Com coroas de lata
Que brilham apenas aos olhos cegos,
E acreditam carregar nos ombros o peso do mundo,
Quando mal sustentam o próprio eco.
O inútil que se acha importante
É como um tambor oco:
Faz barulho, mas nunca música.
Grita sua grandeza para não ouvir o vazio dentro.
E ainda assim, é curioso:
Quanto mais se pintam de ouro,
Mais revelam o barro dos pés.
São máscaras que caem ao menor sopro,
Soberbas que se desfazem em poeira.
A ironia é que os verdadeiros grandes
Raramente falam de si,
E os falsos, sem nada para mostrar,
Falam de si sem parar.
No fundo,
Rir deles é mais sábio que odiá-los:
O riso é a pedra que desmonta seu trono imaginário,
O silêncio é o espelho que lhes devolve o nada.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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