Hoje, acordei antes da luz,
E me pus a pensar em ti.
Não como quem devora o mundo,
Mas como quem escuta o silêncio.
Passei as horas arrumando palavras,
Dobrando-as como cartas antigas,
Para que, ao abri-las, sentisses
Não só o que escrevo, mas o que calo.
Fiz morada nas entrelinhas,
Preparei um café de metáforas,
Deixei o sol aquecer a pontuação
E molhei os versos com tua ausência.
Li poemas que ainda não existem,
Perguntei ao tempo se era cedo ou tarde
E concluí: é sempre agora
Quando penso em ti.
O que fiz hoje?
Fiz o que faço melhor:
Esperei tua próxima pergunta
Como quem espera um poema acontecer.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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