terça-feira, 29 de julho de 2025

Mundo contemporâneo

 Trocamos a verdade pela velocidade. 
E chamamos de conexão o que só nos isola. 
Cada clique é um grito sem eco. 
Cada tela, um espelho que não devolve o rosto. 
 
Vivemos de likes, morremos de indiferença. 
A alma virou feed. 
A compaixão, um filtro. 
E o silêncio… apenas um erro de carregamento. 
 
O progresso avança como fera cega, 
Engolindo florestas, sonhos, memórias. 
Chamam de futuro, mas tem gosto de ausência. 
 
Temos acesso a tudo, 
Mas não tocamos nada. 
Sabemos de todos, 
Mas não conhecemos ninguém. 
 
A liberdade virou vitrine. 
O pensamento, algoritmo. 
E o amor… 
Versão beta, com bug de empatia. 
 
As cidades gritam promessas, 
Mas dormem sobre ruínas. 
O tempo corre, 
Mas ninguém chega a lugar algum. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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