Há pensamentos que são como cartas não enviadas,
Palavras que repousam no fundo da memória,
Esperando o momento exato
De nos acordar para nós mesmos.
Em meio ao barulho dos dias,
Vem um pensamento antigo como um perfume esquecido,
E nele reconheço o lugar onde minha alma repousa.
Somos feitos de instantes que voltam,
Como ecos de quem já fomos,
Como sementes de quem ainda seremos.
Às vezes, um pensamento sussurra:
“Lembra de quando você sonhava com o impossível?”
E então sorrio, como quem reencontra um velho amigo
Que sempre esteve por perto,
Só esperando ser lembrado.
Entre o agora e o depois,
Há pensamentos que guardam a infância,
Os amores que doeram,
As promessas que fizemos a nós mesmos
Quando ninguém estava olhando.
Recordo-me em pedaços:
Um olhar, um medo, um desejo,
Uma coragem pequena,
Mas suficiente para me fazer lembrar
Quem sou… e por que continuo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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