As ideias não morrem.
Elas apenas mudam de corpo,
Vagam pelos séculos
À procura de quem ainda possa ouvi-las.
Há algo de triste na imortalidade das ideias,
Elas sobrevivem a nós,
Mas perdem a voz
Quando já não há quem as compreenda.
Nem o ferro, nem o fogo
Podem atravessar o que é invisível.
As ideias habitam o lugar onde as balas se perdem:
O espaço entre o silêncio e a lembrança.
Algumas ideias nascem para sangrar conosco,
Outras vivem quando já não estamos.
E é nesse abismo
Que a humanidade descansa sua esperança cansada.
O que é uma bala diante de um pensamento?
Um instante de ruído.
O que é um pensamento diante do tempo?
Um eco que não cessa.
As ideias são como fantasmas
Que choram em ruínas antigas.
Não podem ser feridas,
Mas carregam a dor de quem tentou dizê-las
E foi calado.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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