sábado, 25 de outubro de 2025

Cada dia sem teu olhar

 A solidão é um quarto que fala baixo, 
Sussurra teu nome nas paredes frias. 
Se não voltares, 
Ela me devora, 
Devagar, 
Como o tempo consome um retrato esquecido. 
 
O silêncio tem tua voz invertida. 
Toda noite eu a escuto, 
Mesmo quando o mundo dorme. 
Se não fores minha volta, 
Serei apenas eco. 
 
A solidão não mata de uma vez, 
Ela me apaga aos poucos, 
Como vela em vento contido. 
Cada dia sem teu olhar 
É mais um passo em direção ao nada. 
 
Há amores que curam, 
Mas o teu partiu levando a cura. 
O que ficou em mim 
É o espelho rachado da tua ausência. 
E o reflexo… 
Aos poucos, deixa de ser eu. 
 
A solidão vai acabar comigo, 
Não por ser dor, 
Mas por ser constância. 
O amor era o intervalo, 
A pausa entre os vazios. 
Sem ti, o vazio é tudo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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