Sussurra teu nome nas paredes frias.
Se não voltares,
Ela me devora,
Devagar,
Como o tempo consome um retrato esquecido.
O silêncio tem tua voz invertida.
Toda noite eu a escuto,
Mesmo quando o mundo dorme.
Se não fores minha volta,
Serei apenas eco.
A solidão não mata de uma vez,
Ela me apaga aos poucos,
Como vela em vento contido.
Cada dia sem teu olhar
É mais um passo em direção ao nada.
Há amores que curam,
Mas o teu partiu levando a cura.
O que ficou em mim
É o espelho rachado da tua ausência.
E o reflexo…
Aos poucos, deixa de ser eu.
A solidão vai acabar comigo,
Não por ser dor,
Mas por ser constância.
O amor era o intervalo,
A pausa entre os vazios.
Sem ti, o vazio é tudo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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