Não por falta de sonhos,
Mas porque o vento
Os quebrou antes da colheita.
E mesmo assim, o perfume do que foram
Permanece no ar dos que continuam.
Há caminhos que não perdoam os passos.
Alguns são consumidos por dentro,
Lentamente, como vela que arde no escuro,
Iluminando apenas a própria ruína.
Nem todos resistem à travessia.
Alguns se partem em silêncio,
Como pedras que se desfazem sob a chuva,
Ninguém vê, mas o tempo as corrói.
Alguns se perdem no meio da estrada,
Não porque erraram o rumo,
Mas porque o destino quis lembrá-los
Que nem toda alma
Suporta o peso de ser inteira.
Há quem floresça,
E há quem seja pisado no caminho.
Mas até a pétala caída tem sua beleza,
Porque prova que um dia existiu primavera.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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