Como visitas que nunca chegaram a entrar,
Mas deixaram pegadas no tapete da memória.
A juventude escorreu pelos meus dedos
Como areia molhada,
Quanto mais apertei,
Mais rápido sumiu.
Tantos dias vivi esperando o amanhã,
Que não vi o ontem se apagar
Com as luzes da tarde.
A vida me atravessou em silêncio,
E só agora, do alto do cansaço,
Entendo que envelheci
Sem ter aprendido a viver devagar.
Fui riscando os dias no calendário,
Pensando em tudo que ainda viria,
E sem perceber,
Rabisquei uma vida inteira.
Olhei no espelho e vi
Um estranho com olhos cansados.
Ele me sorriu com tristeza,
Era eu, depois dos sonhos.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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