sexta-feira, 24 de outubro de 2025

O tempo que perdi

 Perdi tempo, sim. 
Na curva suave do teu nome, 
No silêncio em que esperei resposta 
De um eco que nunca voltou. 
 
Te amar foi esquecer o relógio, 
Viver nas horas suspensas, 
Onde o futuro se desfaz 
E o passado ainda sangra. 
 
Colhi teus gestos como quem colhe névoas, 
Achando que nelas havia abrigo. 
Mas o que havia era o vento, 
E eu, sempre voltando para o mesmo vazio. 
 
O tempo que perdi por te amar 
Ainda me visita em tardes lentas, 
Quando o sol parece cansado 
E o coração, um velho viajante, 
Reconta caminhos que não levaram a lugar algum. 
 
Não me arrependo. 
Há perdas que são sementes, 
E há amores que, mesmo mortos, 
Ainda florescem em silêncio 
Dentro de nós. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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