Na curva suave do teu nome,
No silêncio em que esperei resposta
De um eco que nunca voltou.
Te amar foi esquecer o relógio,
Viver nas horas suspensas,
Onde o futuro se desfaz
E o passado ainda sangra.
Colhi teus gestos como quem colhe névoas,
Achando que nelas havia abrigo.
Mas o que havia era o vento,
E eu, sempre voltando para o mesmo vazio.
O tempo que perdi por te amar
Ainda me visita em tardes lentas,
Quando o sol parece cansado
E o coração, um velho viajante,
Reconta caminhos que não levaram a lugar algum.
Não me arrependo.
Há perdas que são sementes,
E há amores que, mesmo mortos,
Ainda florescem em silêncio
Dentro de nós.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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