quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Só os teus olhos

Só os teus olhos, 
Faróis em meio ao meu naufrágio, 
Sabem o caminho de volta ao silêncio que perdi. 
Há neles uma promessa antiga, 
Uma paz que não se explica, 
Como se o tempo parasse 
Apenas para eu respirar em ti. 
 
Quando me fitas, o caos se ajoelha, 
As sombras que me habitam se calam, 
E o mundo, tão cruel e disperso, 
Se recolhe num instante de ternura. 
 
Só os teus olhos — espelhos do impossível, 
Podem salvar-me da vertigem de existir, 
Pois neles encontro o refúgio que o mundo nega, 
E a paz que o meu viver implora. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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