Só os teus olhos,
Faróis em meio ao meu naufrágio,
Sabem o caminho de volta ao silêncio que perdi.
Há neles uma promessa antiga,
Uma paz que não se explica,
Como se o tempo parasse
Apenas para eu respirar em ti.
Quando me fitas, o caos se ajoelha,
As sombras que me habitam se calam,
E o mundo, tão cruel e disperso,
Se recolhe num instante de ternura.
Só os teus olhos — espelhos do impossível,
Podem salvar-me da vertigem de existir,
Pois neles encontro o refúgio que o mundo nega,
E a paz que o meu viver implora.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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