Mas eles sempre sabem o caminho de volta.
O coração é cúmplice,
Denuncia o que a boca cala.
Olhar é uma confissão silenciosa.
Por isso às vezes fecho os olhos,
Fingindo descanso,
Quando na verdade é fuga.
Há um espelho em cada olhar.
E o meu, ao evitar o teu,
Só reflete a própria covardia.
Quis esconder-me num piscar de olhos,
Mas o tempo percebeu.
Nada se esconde onde há luz,
Nem o desejo,
Nem o medo de ser visto.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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